Após anos sem postar no 'nostro' blog, volto a atualizá-lo, e dessa vez constantemente. Posso me defender. A minha ausência era por motivos óbvios: o futebol não estava mais me empolgando. Bom, como inventaram o calendário, vou fazer bom uso dele, e dizer que ao começarmos um novo ano, crio novas expectativas em relação ao nosso esporte favorito.
Primeiro gostaria de salientar que não estou a favor do técnico Dunga no comando da seleção brasileira de futebol, mas que o entendo, não 100%, nas suas escalações e convocações.
Começamos a falar sobre a partida do último domingo em Quito. O que aconteceu? Sabemos que todos, generalizando mesmo, falam e temem a tal altitude. É verdade, o ar rarefeito prejudica a respiração, a mobilidade/coordenação e concentração de algumas pessoas, embora a maioria dos jogadores equatorianos atuam no futebol europeu, temos que lembrar que nasceram naquela região e tiveram, no mínimo, 20 anos de vivência, e com isso, uma semana é suficiente para voltar a se acostumar com o ambiente.
Apesar dessas circunstâncias, o Brasil poderia criar soluções, já que a tempos sabemos das dificuldades de jogar 'nas alturas', e não simplismente fazer descaso. Uma das soluções seria marcar a apresentação dos jogadores em Quito, ao invés de fazer os jogadores viajarem milhares de quilometros, e treinar em algum centro esportivo de uma entidade de futebol local. Duvido que ninguém gostaria de receber a seleção brasileira.
Sabíamos que o técnico equatoriano, Sixto Vizuete, colocaria o time para cima e sufocaria o Brasil. O que o treinador Dunga poderia fazer era escalar um time rápido e leve para fuxar o contra-ataque, e não ficar com duas peças nulas no meio-de-campo. Com o plantel que o técnico brasileiro tinha em mãos, eu, escalaria Robinho aberto na esquerda, Luis na frente, ou até Alexandre Pato para dar mais velocidade, no meio Josué para marcar forte e tomar a posse de bola, e sem Kaká, no mínimo Júlio Baptista. Claro, que o banco não ajudava muito. Adriano, Ronaldinho, Felipe Melo, Anderson, Gilberto Silva, não são jogadores de seleção. E ainda digo mais. Pelo que ouvi do "nosso" técnico, só seriam convocados jogadores que estivessem atuando pelo seus clubes, ou seja, Elano, Ronaldinho e Adriano estariam fora.
A respeito do jogo eu só quero destacar alguns pontos. Julio César o melhor, e do jeito que anda a seleção vai brilhar ainda mais. Luisão; a entrada do jogador no time foi para jogadas aéreas. Bom, mas nos primeiros lances de jogo um cruzamento para área brasileira e o zagueiro perdeu a jogada para um jogador de 1,68m de altura, fora as inúmeras furadas de bola. Até entendo a escalação do Gilberto Silva, que cumpre a função de volante, conhecido como cabeça de área, e pode, no andar da partida, atuar como terceiro zagueiro, principalmente nas jogadas aéreas, maior preocupação de Dunga.
Nada, além da escalação irronia de jogadores, pode justificar a péssima atuação do Brasil. Enquanto os jogadores do Equador corriam demais, Elano, Ronaldinho e Felipe Melo ficaram "pregados" em campo. O primeiro parecia que tinha defeciência física, com todo respeito aos portadores da doença. O segundo não podemos esperar mais nada. Quando a bola chegava para puxar o contra-ataque, o ex-melhor do mundo duas vezes concecutivas, não sabia o que fazer com ela.
Enquanto isso, em Buenos Aires, a Associação de Futebol Argentino fez o que era preciso para glorificar e honrar a tradição do país no esporte.
O que foi preciso fazer para que tal efeito acontecesse, já que a seleção local já não agradava/empolgava mais o povo? Fácil, basta chamar o ídolo, que é respeitado, não como nosso maior "ídolo" que sempre critica e é criticado, para dirigir o selecionado. Estratégia arriscada sim, em vista que Maradona não tem experiência como técnico. Mas, ao entender que o ex-jogador conhece futebol, vivencia o esporte, nada mais claro.
Além de trazer os "hermanos" ao estádio, Maradona resgatou a paixão incondicional pela seleção, e peitou um dos maiores astros do país; Riquelme.
Certo que com a presença do jogador do Boca Juniors a seleção joga de forma diferenciada. E, como não escalar a equipe como Dieguito o fez no sábado.
Tá certo que o jogo foi contra a Venezuela no Monumental de Nuñez, mas olha que time. No trio de zaga, Zanetti, que não atua mais como zagueiro, mas marca e sabe sair jogando como ninguém; Angeleri e Heinze; meio de campo com Maxi Rodrígues aberto na meia direita; Gutiérrez aberto na esquerda; volantes, Mascherano, para contensão, e Gago para saída de jogo; trio ofensivo com Messi, Aguero e Tévez.
Mesmo retrancado, a Venezuela sucumbiu a tamanho poder ofensivo. Resultado 4 a 0 para os hermanos, fora o show.
Difícil ver a seleção brasileira atuar assim, mesmo aqui no Brasil. Falta coragem ao Dunga, algo que esperei ao ouvir seu nome chamado para comandar a seleção canarinho.
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