quarta-feira, 15 de maio de 2013

DIVERSIFICAR E MUDAR O FOCO FUTEBOL!

Caros botequeiros,

Depois de um dia árduo ao finalizar o roteiro e a gravação do meu TCC, um rádio documentário, Rodrigo e eu fomos a um bar (gostaria até de chamá-lo de boteco, mas não posso) fazer o que todos nós, blogueiros e leitores, mais gostamos: tomar cerveja e falar sobre assuntos de interesse alheio.

Quando citamos o blog NCB (Nossas Conversas de Boteco), Rodrigo analisou que estamos escrevendo e discutindo apenas sobre futebol. Quando mudamos um pouco o assunto, aparece política, por exemplo. Mas sempre dentro do futebol.

Não que nós, boleiros, não gostamos de futebol. Pelo contrário. Mas também adoramos abordar outros temas, como se estivéssemos em nossa mesa de boteco.

Sábado, ao assistir a festa do Bayern de Munique pela conquista do campeonato alemão, algo despertou minha atenção. Após receber a Salva de Prata (o troféu da Bundesliga), o capitão Philipp Lahm se deliciou com um copo de cinco litros de cerveja bávara.

Muito com inveja, logo depois fui ao mercado e comprei uma.

A escolhida foi a Erdinger Weissbier. Uma cerveja típica de Munique, da região da Baviera (sudeste da Alemanha), feita à base de trigo em alta fermentação (chamadas tipo ALE). Com levedura fina e tradicional maturação (segunda fermentação) que ocorre dentro da própria garrafa, a Erdinger é a cerveja do tipo Weiss mais consumida no mundo e a importada mais pedida no Brasil.

Com cor opaca, creme branco, denso e consistente, ela possui um sabor leve e refrescante; frutada, pode-se perceber notas de banana, cravo e cereais. Para acompanhar a sua refeição você pode harmoniza-la com peixes e frutos do mar, grelhados e saladas.

Cerveja recomendada pelos "butequeiros" do NCB!


Para você que já sabe quase tudo sobre a Erdinger Weissbier e que experimenta-la, ou mesmo degusta-la, colocamos um vídeo abaixo que ensina como servir a cerveja e aproveitar o máximo que ela pode oferecer.

Prost!



sexta-feira, 10 de maio de 2013

UMA NOVA LIBERTADORES

Prezados boêmios.

Li que o novo presidente da Conmebol, Eugenio Figueiredo, considera elevado o número de clubes que hoje disputam a Taça Libertadores da América. Segundo o novo mandatário, o ideal é uma competição com 20 clubes, limitando a dois representantes por país.

Eu concordo com ele. Seria um regresso (sem cunho pejorativo) ao formato adotado no passado. Assim, jogariam apenas o campeão e vice dos nacionais, ou, no caso do Brasil, apenas os campeões do Nacional e da Copa do Brasil.

Figueiredo, com alguma parcela de razão, defende que a redução do participantes do continental ocasionaria uma disputa interna mais acirrada nos países.

Ele destaca que a diminuição do número de jogos permite à organização melhorar a planejamento e execução do torneio. E elevaria o nível da arbitragem. "São quase 150 partidas na Libertadores e, por consequência, quase 150 quartetos de arbitragem. Mas temos pouco material humano qualificado. Então se há um mau rendimento de um árbitro, é porque muitos não estão capacitados. Mas não há tempo para buscar a excelência", sentenciou.

Entendo que esse caminho elevaria o nível dos jogos. Mas também pondero, pois na Libertadores os jogos da primeira fase têm jogos bacanas de se assistir e alguns clubes considerados ruins podem atrapalhar os favoritos. Mas há, inegavelmente, jogos chatos e sem qualquer expressão.

Por fim, recordo outra notícia que li recentemente. Há um plano em estudo para incluir clubes dos EUA (e talvez Canadá) na Libertadores, a exemplo do que já ocorre com agremiações mexicanas. Nesse caso, do meu ponto de vista, seria muito interessante contar com os norte-americanos envolvidos. Eles são experts na  organização de eventos esportivos. Tudo lá parece uma grande final. Porém, ainda dúvido que o know how dos yankees seria aproveitado pelos dirigentes da Conmebol. Já a impossibilidade de disputar o Mundial de Clubes da Fifa já aplicada aos mexicanos representa o que há de mais ultrapassado (aqui sim, com um cunho totalmente pejorativo). É simplesmente ridículo uma equipe sagrar-se campeão e não poder representar medir forças com os campeões dos outros continentais no fim do ano.

Por fim, a distância é bastante preocupante. Por isso, entendo que a inclusão dos norte-americanos depende da redução no número de participantes na Libertadores.

Num cenário perfeito, adoraria ver os clubes disputando com todas as forças a possibilidade de participar da Libertadores, melhorando, assim, o nível dos torneios nacionais. E seria ótimo assistir a um continental melhor organizado, sem jogos fracos tecnicamente e com os representantes do México, EUA e Canadá (e representando o bloco geográfico, caso fossem os campeões do torneio).

Cheers!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

SÃO PAULO AINDA SEGUE NA VANGUARDA

Prezado Boêmio.

O São Paulo Futebol Clube caiu na Libertadores e no Campeonato Paulista de 2013. Desde 2008, quando levantou seu terceiro caneco Brasileiro seguido, o clube do Morumbi vem colecionando fracassos, com um leve pico na conquista da Sul-americana.

O título deste post, entretanto, indica minha opinião sobre o tricolor, um clube à frente dos demais. É verdade, alguém há de dizer que o clube vem perdendo sua pegada de campeão. Mas basta dar uma olhada nos números e o torcedor são-paulino terá motivos para sentir-se orgulhoso de seu clube. Desde a conquista do Campeonato Paulista de 2005, ou um período de apenas oito anos, o time conquistou nada menos que uma Libertadores da América, um Mundial de Clubes da Fifa, três campeonatos Brasileiros e uma Copa Sul-americana. Nesse período, ficou entre os três ou quatro primeiros em tantas outras.

Qual outro clube tem conquistas tão relevantes no período? Sem fazer contas ou comparar títulos, apenas Corinthians, Internacional e Santos (em ordem alfabética) colecionaram taças importantes.

Na minha opinião, o torcedor que hoje está triste, não deveria nem reclamar de sua diretoria, que ano após ano, reforça seu elenco com bons jogadores.

Estamos falando de futebol. E esse esporte é simplesmente circunstancial, do qual times fracos constantemente prevalecem quando tudo indica o contrário, e vice-versa.

Tomando como base esse ano, o São Paulo fez ótimas contratações e escolheu um técnico promissor. Sua direção fez o que tinha que fazer. Como Juvenal Juvêncio e sua trupe poderiam prever que o Lúcio, atleta experiente e declaradamente religioso, agiria como agiu, comprometendo todo o planejamento do primeiro semestre (esse é o tema de um post nos próximos dias). Ou que Ganso demoraria a pegar o ritmo do time.

O São Paulo ainda está na vanguarda do futebol brasileiro. Tem um estádio, a melhor categoria de base, infraestrutura, torcedores e receitas. Foram esses fatores que o fizeram o clube mais vencedor do Brasil. Seus dirigentes só precisam continuar trabalhando com o mesmo profissionalismo que os títulos voltarão. Caso contrário, os adversários que se aproximam estarão cada vez mais próximos.

Torcedores de outros clubes, no inicio de cada temporada, ao observar os elencos de todos os times colocam, invariavelmente, o São Paulo como favorito. Isso não ocorre hoje, por exemplo, com Flamengo, Vasco, Cruzeiro e Palmeiras, citando apenas clubes que já levantaram a Libertadores.

As derrotas doem. Mas as derrotas do São Paulo machucam mais, pois seu torcedor está acostumado às conquistas.

Na minha opinião, Rogério Ceni e cia estão entre os favoritos ao título do Campeonato Brasileiro. Ainda tem a Sul-americana e a Recopa.



Cheers!


segunda-feira, 6 de maio de 2013

"CLÁSSICOS" PAULISTAS

Caro Boêmio.

O jogo decisivo entre São Paulo e Corinthians foi triste, indigno da história do clássico. O problema é que a partida válida pela semifinal do Campeonato Paulista não pode ser tratada como um caso isolado. Nos confrontos entre os grandes paulistas, se não me engano, apenas dois jogos não terminaram em 0 x 0.

Não há emoção. O público não se interessa. Assistir é entediante.

Tenho a impressão que os clubes estão mais preocupados em não perder a ganhar seus confrontos contra os rivais. No jogo do Morumbi, a impressão que tive foi de que nenhum dos clubes queria iniciar a semana com uma eliminação para o adversário, afinal, os dois times têm duras tarefas pela Libertadores da América.

Acho que o Campeonato Paulista precisa ser revisto. A atual fórmula é cansativa. Porém os nossos grandes clubes precisam justificar no campo o ingresso em uma fase mais aguda do torneio, sugerindo um exemplo de reformulação do Paulistão.

Que prevaleça o espetáculo e a vontade de vencer. Nada além disso.



Cheers!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

PREVISÕES FURADAS



Amigo boêmio.
Os palpites do blog para os jogos de ida foram ridículos. Juntos, eu e Thiago erramos 4 das previsões de resultado dos confrontos envolvendo brasileiros nas oitavas-de-final da Copa Libertadores.

Thiago disse que o Fluminense perderia no Equador. O viadinho, aliás, acertou na cabeça esse resultado no nosso bolão, envolvendo também os jogos da Champions League, e que vale algumas boas cervejas para o ganhador. Por ora, apenas por ora, ele vai vencendo essa disputa.

Terminada rodada, sem querer justificar o fracasso das nossas previsões, constamos que alguns resultados foram inesperados, mas nenhum impensável.

Se houve uma grande surpresa, essa foi o Galo. Nesse caso, o zagueiro Lúcio jogou contra todos os apostadores. Eu tinha apontado vitória de 2 x 0 para o tricolor, placar que se desenhava até o cartão vermelho do defensor.
Cheguei até a falar em um 3 x 0 para algum amigo são-paulino. O boêmio amigo tricolor de coração que nos acompanha tem sérios motivos para ficar preocupado. Seu time está em uma fase instável e jogará contra um qualificado adversário, fora de casa e com placar adverso. A seu favor, aposte na camisa tradição do seu time na competição.

O Palmeiras também foi uma agradável surpresa entre os brasileiros. Jogou muito bem na grama sintética e, se tivesse um pouco mais de qualidade técnica em seu elenco, venceria. Não contávamos com essa postura nem com a fácil adaptação ao tipo de piso de jogo por parte dos palestrinos. Mais um que quebrou nossas previsões.

O atual campeão enfrentou um limitado Boca Juniors na temida La Bombonera. O resultado pode ser considerado normal e reversáivel, mas acende um alerta no Parque São Jorge, pois o futebol do time está longe do apresentado na campanha de 2012, ainda que o elenco seja o mesmo, com bons reforços. O mesmo vale para o Grêmio, que venceu em casa, mas tomou um preocupante gol. Esses são os dois confrontos mais difíceis de prever quem serão os classificados.

Se o Thiago acertou o placar da partida do tricolor carioca, eu imaginei que o time de Abelão teria melhor sorte. Se o Emelec é figura recorrente na Libertadores, na minha visão, jamais apresentou riscos aos adversários mais qualificados.

Quais são seus palpites para os jogos de volta?

Na próxima semana a gente publica os nossos.

Cheers!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

PALPITES DA LIBERTADORES - PARTE 2

Amigos boêmios. 

Como fui intimado pelo bebasso Thiago Santos, seguem meus palpites para os jogos de hoje da liberadores:

São Paulo x Galo. Vitória tricolor 
Para este grande confronto, aposto que a história vitoriosa dos paulistas vai pesar. E muito. Arrisco a dizer que o triunfo do time do Morumbi será de uma vantagem de dois gols.

Emelec x Fluminense. Vitória do Fluminense. 
Fiz um bolão com  o Thiago e, honestamente, não me lembro do resultado que coloquei para esse duelo, mas sei que apostei na passagem do tricolor carioca para as quartas-de-final. Hoje, digo que os cariocas vencem o fraco Emelec com vantagem mínima. 

diego cavalieri fluminense guayaquil (Foto: Nelson Perez / FluminenseFC)

Cheers!

terça-feira, 30 de abril de 2013

PALPITES DA LIBERTADORES


Bom, caros.

Hoje começa as oitavas de final para os times brasileiros com um duelo complicado para o Palmeiras diante do Tijuana. Já no México, o time alviverde tenta se acostumar com a grama artificial, alvo de reclamação do time do Corinthians, que enfrentou os mexicanos na fase de classificação e perdeu por 1 a 0.

A eliminação para o Santos no último sábado nas quartas de final do Campeonato Paulista não preocupa a equipe dirigida por Gilson Kleina. O treinador está mais preocupado com o gramado e com a força do futebol mexicano, além da necessidade de marcar um gol fora de seus domínios.

Acredito que o Palmeiras ficará fechado para tentar os contra-ataques. No duelo de hoje, o Verdão vai cair, mas o mais importante é sair do México com um gol marcado para facilitar o jogo de volta, onde acho que o time brasileiro não sofra para derrotar os mexicanos.

Resumindo, derrota no México, com um gol marcado, e vitória diante de saldo aqui no Brasil classifica a equipe palmeirense.

Na quarta-feira, o Corinthians vence o confronto diante do Boca Juniors. Sim, ante o assustador time de La Bombonera! A equipe dirigida por Carlos Bianchi não vence há 10 partidas e se perder para o time brasileiro poderá bater o recorde negativo de maior sequência sem vitória na história do clube.

A crise do clube portenho mais o seu temível estádio não deva ser suficiente para derrotar o atual campeão do mundo que tem um time muito superior, e pela experiência do seu treinador, Tite, e do seu elenco, não deve se assustar com pouco. Ah, Riquelme está fora!

A vida do Fluminense é tão complicada quanto a do Palmeiras. Sem o seu goleador Fred, o time das Laranjeiras enfrenta o Emelec no Equador, e aposta suas fichas no duvidoso Rafael Sóbis. Este que jogo sim, jogo não, agrada, porém não é um jogador que mostra muita confiança para um jogo decisivo, apesar de seu histórico positivo.

A equipe carioca não vai suportar a pressão e vai perder para os equatorianos, mas acredito também em gol fora de casa, o que trará calma e uma vitória no Rio para classificarem às quartas.  

Os jogos de quinta-feira deixo para Ivan Alves dar os seus pitacos!

MAIS UM DIRIGENTE DEIXA A FIFA



Boa tarde, caros!

Diante de tanta bagunça e corrupção no futebol mundial, mais um arruaceiro renunciou seu cargo na FIFA. Dessa vez trata-se de João Havelange, que presidiu a entidade entre 1974 e 1998, e que tinha um cargo de presidente de honra, segundo o relatório do Comitê de Ética da entidade.

O que fez Havelange, com seus 96 anos, deixar as honrarias da FIFA foi um documento feito por Hans-Joachim Eckert, presidente da Câmara de Adjudicação do Comitê de Ética da entidade, que constava a participação do dirigente no caso ISL. (Para mais informações sobre o caso leia o texto que publicamos há alguns dias neste link: http://nossasconversasdeboteco.blogspot.com.br/2013/04/motivos-comuns-acusacoes-de-sempre.html)

Na verdade, segundo o relatório divulgado nesta terça, o dirigente renunciou no último dia 18, mas só veio à tona hoje. No documento também aparece o nome do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que também teve participação no caso ISL.

Em dezembro de 2011, Havelange já deixara o cargo no COI (Comitê Olímpico Internacional) também por motivos de investigação.

Agora, segundo Eckert, o Comitê de Ética da federação mundial encerrou o caso ISL. Será que mais alguém está envolvido ou foram todos denunciados? Isso não saberemos, apenas se re-abrirem as investigações.

Estes dirigentes estão mostrando para nós, que se formos mais contundentes e investigarmos suas relações com investimentos, parcerias e contratos, encontraremos diversas irregularidades e todos deixaram seus cargos nas entidades que comandam o futebol.

A cada dia vemos que o futebol nada mais é que business, e nossa paixão pelo esporte não está valendo mais nada. Como publicamos também aqui, no NCB (Nossas Conversas de Boteco), as informações e acusações feitas por jornalistas depois da Copa de 1998, na França, alegando que a FIFA "presentou" o país campeão, os donos da casa, por estarem em crise financeira. Nada foi confirmado nem exposto pela mídia e tudo se calou, até mesmo os que acusaram.

Os debates que rolam nos meios de comunicação, mídias sociais, questionando se o Brasil vai conquistar a Copa no ano que vem, eu acredito que sim. Porque eu duvido que esta Copa não esteja comprada, assim como foi a candidatura dos próximos eventos na Rússia e Catar.

Então, vamos nos preparar para as comemorações!!!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

CADÊ O PROFESSOR?

Amigo boêmio.

Pep Guardiola dirigiu o multicampeão Barcelona. Telê Santana fez do São Paulo o clube número um em títulos no Brasil. Tite acabou com o trauma corinthiano na Libertadores da América de maneira incontestável e invicta. E Luxemburgo reconduziu o Palmeiras ao caminho das glórias e do futebol arte após um longo jejum.

Esses são apenas exemplos de treinadores que hoje (e até hoje) são exaltados por torcedores por liderar um período vencedor em grandes clubes do futebol. Eles são reconhecidos por sua capacidade técnica e habilidade no controle do grupo, mantendo-o sempre motivado.

E por que será que são tão raros os exemplos de treinadores que reúnem essas características em nosso futebol?

Da lista acima, excluindo o gringo Guardiola, veja que nos últimos 23 anos, listei apenas três nomes que considero relevantes no grupo de treinadores de futebol. Talvez você entenda que mais dois ou três nomes merecessem estar nesse grupo, mas o número total provavelmente não chegará a dois dígitos.

Felipão e Luxemburgo parecem estar no fim da carreira, incapazes de apresentar algo novo. Telê se foi. Tite ainda está em evidência.

Por que nos faltam nomes de relevância? Nosso clubes insistem em manter os mesmos caras, pulando de clube em clube. Falta renovação. Entretanto, nomes promissores surgiram, tiveram boas oportunidades, mas mostraram-se inaptos. Exemplos não faltam.

Na sua opinião, o que fazer para termos grandes personagens à frente dos nossos clubes?

E quem são os nomes com potencial para entrar no hall da fama dos "professores"?

Vamos discutir!


Cheers!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

NOVOS MODOS

Caros boêmios.

Ainda que estejamos a anos luz do padrão de organização de eventos esportivos de países de primeiro mundo, na esfera futebolística - pelo menos em São Paulo -, as coisas parecem caminhar a rumo à modernidade. Em dois, ou três anos, teremos três estádios de alto padrão na capital paulista, um para cada grande clube da cidade: Arena Palestra, Itaquerão e o Morumbi reformado. 

Nos estádios alvi-verde e alvi-negro, o torcedor, ao que parece, ficará muito próximo às linhas laterais do campo, distância que não deve passar dos 10 metros. Na concepção dessas arenas, os projetistas vislumbram que o torcedor assista aos jogos muito próximo ao campo de jogo, sem qualquer barreira visual, como um alambrado. A ideia é repetir o que vemos hoje na liga inglesa. Além disso, os clubes e organizadores dos eventos trabalham no sentido de forçar o torcedor a ver o jogo no lugar demarcado. E o aumento no ticket médio dos ingressos tende a elitizar o público pagante. 

Citei, aqui, apenas algumas das medidas que estão sendo anunciadas ou que aos poucos vem sendo colocadas em prática. Você que vai ao estádio já deve ter se deparado com alguma novidade na rotina do torcedor. O ponto em questão nesse post é: como será o perfil das torcidas dos nossos times em cinco ou dez anos? 

E mais: estamos prontos para ver as partidas nos padrões de comportamento que testemunhamos nos torneios europeus?

Um novo modelo, mais aderente aos padrões do velho continente, configura uma mudança cultural no nosso torcedor.

Terá graça um jogo do seu time sem os cantos, sinalizadores, bandeiras ou bateria de uma organizada? Ainda que pela TV, esses são elementos hoje fundamentais no espetáculo futebol. Imagine-se no estádio do seu clube (ou onde ele manda seus jogos) comendo um comida decente, com banheiros limpos e com seu lugar reservado, sem um pessoa de pé bloqueando sua visão do jogo. Pois bem, parece-me ótimo. Mas também temos que assumir que a adrenalina de pular na arquibancada, participar dos cantos e ver a festa das organizadas ficam fora dessa equação. Sugiro que você imagine um estádio inteiro, lotado, composto apenas por torcedores com o perfil que vemos hoje nas numeradas (ou áreas nobres). Tão torcedor como qualquer outro, o fã que compra o bilhete desse tipo de setor prima pelo conforto e na experiência de assistir ao jogo, antes de pensar em "participar" do jogo. Entenda: não estou dizendo que ele é menos torcedor que aquele que fica em outros setores do estádio. Ao contrário do torcedor de arquibancada, ele é o cara que está mais preocupado em ver cada lance do jogo a fazer parte dos cantos do restante do estádio.

Hoje, quem dita o ritmo nos estádios são as torcidas organizadas. Ao meu ver, a tendência é que esse tipo de torcedor torne-se, cada vez mais, a minoria. As condições proporcionadas aos torcedores nas novas arenas e pelas propostas de organização fara o público se comportar de maneira diferente. Será uma reeducação do torcedor.


Cheers!