Que vença o melhor!

Acreditava-se que os times brasileiros de tradição competiriam ou bateriam de frente com o sempre Boca Juniors. Mas dessa vez os campeões continentais, todos, foram eliminados. Uns de forma prematura, como Cruzeiro e Flamengo. Outros podiam ter chegado mais além.
É o caso do São Paulo, tricampeão da competição e identificado à ela, segundo seu torcedor. Mas que nos últimos anos passou a perder para rivais brasileiros. Foi o caso contra o Internacional, na final de 2006, Grêmio, em 2007, e Fluminense este ano. Riquelme, atual melhor jogador das Américas, apontou o time do Muricy Ramalho como favorito, e Adriano como ator principal. Mas não foi isso que vimos. No confronto entre os tricolores, de São Paulo e do Rio, quem levou a melhor foram os cariocas. Depois de perder no Morumbi, conseguiu uma vitória heróica no Maracanã, com um gol no final do jogo.
O Santos foi prejudicado pelo bom árbitro Héctor Baldassi, que anulou um gol legítimo dos brasileiros, e trouxe uma derrota de 2 a 0, diante do América, no México. O time do Emerson Leão chegou a vencer os mexicanos na Vila Belmiro, mas não foi o suficiente. Apenas 1 a 0. Resultado que classificaria o time da Baixada, caso o argentino validasse o tento no México.
Agora sobraram quatro times. Dentre os quais, o sempre temido Boca Juniors, que não poderá jogar em seu estádio, La Bombonera, por interdição. Mas sempre contará com sua torcida fanática. Nesta quarta-feira conheceremos os finalistas do maior torneio das Américas. A disputa está entre América-MEX vs. LDU (EQU), com o primeiro jogo terminado em 1 a 1, na Cidade do México, e Boca Juniors 2x2 com o Fluminense, na Argentina.
Será que dessa vez um time mexicano ganha? Será que o “Rei da América”, Boca Juniors, leva mais um? Ou teremos dois campeões inéditos? Aponto a LDU como mais provável ao título. Primeiro, por estar apresentando um bom futebol. Segundo, se enfrentar o Boca, que joga muito bem fora de casa, pode levar vantagem, pois o time equatoriano tem a altitude a seu favor, algo que sempre derruba os argentinos. Mas sem antecipar a final ou o campeão, o Fluminense tem grandes chances, mas não acredito em um time com dois atacantes lentos. Jogando fora não participam do jogo. E na Libertadores os zagueiros adversários não costumam dar espaços e tempo para o atacante pensar. Apostaria na dupla Thiago Neves e o garoto Conca, muito bom jogador.
Independentemente de quem for o campeão, será que o melhor da América terá alguma chance contra o Manchester (Campeão da Liga dos Campeões 2008) no Mundial de Clubes no final do ano? Algum desses quatro semifinalistas tem alguma chance, real? Creio que vai ser difícil.
O futebol sul-americano está muito atrasado quanto ao europeu. Não só em termos financeiros, mas em relação à estrutura e estratégia. Fácil notar quando se tem exemplos como o Manchester. Dentro e fora de campo, Alex Ferguson consegue alterar a formação tática sem que substitua os jogadores. Aqui no sudoeste do mapa mundi, o futebol é jogado na raça, vontade, velocidade, algumas vezes com talento, categoria, habilidade, mas sem padrão tático.
Mas não podemos dizer também que o Manchester já é o melhor do mundo, pois em casos como 2005, no qual o São Paulo teve raríssimas oportunidades de gol, e o Internacional, que levou ‘sorte’ no ‘azar’ do jogadores do Barcelona.
Não vemos mais futebol como nos tempos de Zico, 81, Renato Gaúcho, 83, e Telê Santana, 92 e 93, onde o jogo era disputado lance a lance. Jogadores de tremenda categoria e noção tática. Foi quando venceu os melhores.