Representante da nação

Caros boêmios,

Hoje à noite, às 21h50, Cruzeiro e Grêmio começam a decidir uma vaga na final da Copa Libertadores. A partida será realizada no Mineirão, que, a exemplo das quartas de final, deve fazer a diferença e garantir a Raposa na final, contra Estudiantes ou Nacional.

Quem passar, fica incumbido de representar o Brasil na competição, certo?

Não é bem assim. Duvido que atleticanos ou colorados concordem com o espírito patriota, cantado por narradores das partidas da Libertadores.

Os são-paulinos torcem como nunca para os uruguaios. Mas, se necessário, vestem a camisa argentina do Estudiantes, procurando preservar-se no topo, com o tupuniquim que mais levantou a taça deste nobre torneio. Grêmio e Cruzeiro são bicampeões.

Cariocas, que não representam muito ao futebol quando ele ganha status nacional, ficam secando os compatriotas, mortos de inveja.

Os corinthianos, que nunca venceram, zicam quem quer que vá à Libertadores, como fez com o pobre São Caetano, que chegou à final, mas perdeu do Olímpia, do Paraguai. A Fiel tremeu só de pensar em jogar no Anacleto Campanela e ouvir a galera do Bengala Azul cantando: "Libertadores o Corinthians nunca viu".

O povo do nordeste, cujo único clube de expressão é o Sport, prefere festejar São Pedro e São João.

Entretanto, macumbas, rituais, zicas ou qualquer outro tipo de mandinga não vai tirar o título de mãos brasileiras.

Mãos azuis.

Cheers!