Lá estavam, jogando baralho e fumando charutos, Pelé, Michael Jordan, Ayrton Senna, Muhamed Ali e Pete Sampras.
Não há muita conversa entre os jogatinos. Um comentário ou outro é feito, geralmente sem nenhuma resposta. Eles se respeitam, e jogam aquela partida de poker com bastante entusiasmo e rivalidade.
Jordan olhava especialmente para Sampras, que se esforçava para o evitar. Contemporâneos, o negro de origem pobre conquistou a mais importante nação do planeta com jogadas antes inimagináveis. O astro do Chicago Bulls sabia como provocá-lo :
- Você lembra daquela enterrada que dei, saltando da linha do garrafão?
Ele se divertia com o constrangimento do menino rico e branco, que venceu mais grand slams que qualquer outro tenista. Sampras evitara o confronto com Jordan como o diabo foge da cruz.
Hoje, no entanto, ele o respondeu com ironia, como se a resposta estivesse na ponta da língua, de bate-pronto, como num voleio:
- Lembro me da sua carreira de jogador de baseball e seu retorno melancólico às quadras.
Ali perdeu a paciência com a recorrente ladainha e esmurrou a mesa, fazendo as fichas pulares e parte do uísque pular para fora dos copos de cada integrante da mesa.
Não precisou falar nada. Seus compatriotas entenderam a mensagem. Pelé olhou para Ayrton Senna que parecia se divertir com as provocações.
O jogo continuou em absoluto silêncio.
Com o intuito de quebrar o gelo, Pelé estava para contar uma piada sobre as diferenças do namoro dele e do de Senna com a apresentadora Xuxa quando alguém bate à porta.
Quando os outros se dão conta, Senna já está a meio caminho da entrada.
O piloto franzino olha pelo olho mágico. Ele abra a porta e coloca a cabeça para fora e conversa com o visitante, sem que os amigos consigam ver com quem ele conversa.
Segundos depois, ele olha para os três com uma cara de desconforto e abre a porta.
Ali olhou a cara do visitante e pouco entendeu. Também não deu bola.
Pelé e Jordan sorriram. O segundo, com ar de vitória.
O coração de Pete Sampras parou. Sentiu um frio correr por toda sua espinha.
Dentre todos que podiam encontrar o caminho até aquela porta, este era o que ele mais temia.
Tomou coragem e disse:
- Amigos, foi um prazer conviver neste grupo com vocês por todo este tempo.
Pegou o copo de uísque, levantou-o à altura dos olhos e com apenas um gole, bebeu o restante da bebida. Em seguida caminhou em direção à porta. Segurou a mão do visitante. Sampras experimentava um misto de sensações. Ódio, reverência, inveja...
Quando soltou sua mão, bateu em seu ombro sem olhar em seus olhos e disse:
- Boa sorte Federer, você merece.
Todos ficaram na porta, olhando o tenista ir embora. Lá longe havia um sujeito coçando a cabeça. Pelé o reconheceu:
- Aquele não é o Kobe Bryant?
- Ele mesmo. Já faz um tempo que ele anda em círculos neste mesmo ponto. O coitado não aprende.
- Eu vi o Schummarcher um pouco mais adiante uns tempos atrás. Lembrou Ayrton Senna.
- Engraçado, eu nunca vi ninguém por essas bandas. Murmurou Pelé.
- Vamos continuar o jogo? Resmungou Ali.
O grupo então entrou para o recinto.
*Este texto é fruto dos devaneios deste blogueiro.
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4 comentários:
O grupo manda um abraço ao golfista Tiger Woods, que não pode comparecer nesse dia!
E Schumacher indigna-se com a escolha do autor ....
Grande post Ivanzão!
ps: troca o Blog do Renan Ferrai por Ligado Na Bola Ivanzao !!rs
meu nome ainda não é nada haha
Quanto de cachaça foi consumidas? Ou vc fumou um...hummm, essa é dá boa, põe dessa pra mim.
Caiu uma lagrima...
Que orgulho.
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