Torcedor do Everton participa da homenagem. Depois de Hillsborough o vandalismo é punido com rigor na Inglaterra (foto: reprodução)
Caros boêmios,
Somos todos apaixonados pelo esporte bretão, modalidade esportiva mais democrática do planeta, com o maior númeor de fãs por todo o globo.
Cada qual do seu jeito.
Hoje, 15 de abril de 2009, completam-se 20 anos de um dos capítulos mais negros da história do futebol mundial, a tragédia de Hillsborough, na Inglaterra, quando morreram 96 torcedores do Liverpool. Naquele dia, quase uma centena de torcedores perdiam suas vidas num estádio de futebol.
Morreram esmagados.
A data, porém, marca também uma revolução no país. Estava evidente que uma medida radical precisava ser tomada. E foi. O futebol não foi banido da Inglaterra. Começou uma era de total intolerância à má organização dos eventos esportivos e, principalmente, aos arruaceiros profissionais. Lá, os Hooligans.
Agora, o campeonato inglês é referência e o mais forte do mundo. Suas equipes vêm se destacando e dominando as competições européias, tamanha a força de seu futebol.
E por que não seguir um exemplo que deu certo, muito certo?
No Brasil, os torcedores, mesmo aqueles que não dispensam acompanhar seu time de coração nas arquibancadas, estão perdendo o "tesão" de sair de casa rumo ao estádio. É quase que uma via-sacra. Sofrimento para comprar ingressos, violência, péssimas condições nos estádios, preços injustos, e por aí vai.
Estamos todos cansados. Eu já não aguento mais ler textos como esse, de discurso e apelo batido.
Tanto se fala em soluções. Algumas de fato foram tomadas, outras não. Um bom exemplo de uma medida coerente foi a diminuição da capacidade dos estádios. Às vezes, em jogos no Morumbi ou Pacaembu lotados, com 65 mil ou 35 mil em cada, respectivamente, eu imaginava como, um dia, o estádio do São Paulo recebera 140 mil torcedores, no mesmo espaço. E como o Paulo Machado havia abrigado 70 mil espectadores em suas arquibancadas.
Estamos a dois mil anos-luz da Inglaterra em relação ao futebol (e tantas outras coisas), porém a paixão de suas populações ao futebol é equivalente. Mas nós somos 190 milhões. E berço dos melhores atletas da modalidade no planeta.
Veio a ideia de cadastrar todos os torcedores, o que pode até amenizar a violência, concordo. A mesma medida foi sugerida na Inglaterra, quando as autoridades resolveram botar um ponto final na baderna que era o futebol no país.
Os britânicos ensinam, há 20 anos, como lidar com futebol, e fazer dele um grande espetáculo, rentável (como nunca), organizado e seguro. O fio condutor do sucesso é um só: punir com rigor clubes e torcedores que desrespeitam a segurança coletiva.
Cheers!
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