sexta-feira, 17 de abril de 2009

Futebol moderno: Volante ou meia? Lateral ou ala?

Hernanes e Ramires. Volantes ou meias? Dilema dos mais difíceis

Buenas, amigos!

Estava assistindo ao melhor programa esportivo, na minha opinião, Arena Sportv, e o apresentador Cléber Machado junto aos seus convidados discutiam sobre a posição dos jogadores Hernanes, do São Paulo e Ramires, do Cruzeiro.

Há um tempo atrás, criou-se uma polêmica sobre o termo volante. Há pessoas que defendem a posição como “terceiro zagueiro”, aquele jogador que fica entre os defensores e os meia criativos. Os chamados cabeça-de-área.

Hoje no futebol, esse cabeça-de-área está quase que extinto. Os jogadores dessa posição, Gilberto Silva, Josué do Wolfsburg, Pierre do Palmeiras e Fabrício do Cruzeiro, Mascherano do Liverpool, por exemplo, jogadores que marcam mais forte e não tem qualidade para sair jogando, estão perdendo espaço no futebol atual.

Atualmente na Europa, os técnicos das equipes de ponta estão optando por “transformar” meias armadores em volantes, para ter maior qualidade de passe na saída de bola, principalmente para puxar um contra-ataque. É o caso do Anderson, ex-Grêmio, que atuava como meia-armador no time brasileiro e hoje atua como volante, ou segundo volante, no Manchester United.

Lembro-me que o contestado Oswaldo de Oliveira tentou isso aqui no Brasil. Mais precisamente no São Paulo. O treinador tinha uma equipe fantástica em mãos. Começando pelo meio-de-campo, porque a defesa não vale a pena citar, Maldonado, Fábio Simplício, Ricardinho, Kaká; Reinaldo e Luis Fabiano.

Oswaldo fazia com que o meia Ricardinho, quando o Tricolor tinha a posse de bola, voltasse para armar a equipe. Foi o começo dessa chamada Revolução que estão criando com os meias armadores, mas que ninguém no Brasil conseguiu enxergar isso de maneira benéfica.

Na verdade, Oswaldo errou na seguinte escolha. Ricardinho tinha um passe perfeito, mas a equipe perdia um meia quando recuava o jogador. Não só um meia, mas perdia outra peça. Fábio Simplício, segundo volante, ficava anulado na partida, pois era sua função armar o time. O que os técnicos atualmente fazem é escalar um meia como volante, tirando aqueles “cabeças de bagre” do time.

É quase o mesmo que acontece com Hernanes e Ramires. Porém, ambos começaram suas carreiras como meias, e hoje atuam como volantes. Mas, qual é a posição correta dos jogadores?

O atleta do Cruzeiro se diz atuar como meia. Já o do São Paulo como volante. Até mesmo o técnico da seleção brasileira, Dunga, usa o fato como desculpa para não os convocar ao time, dizendo desconhecer a posição exata de ambos.

O fato é, no futebol dito como moderno, as posições, como também as formações, sofreram uma grande mudança e não tem mais aquele lugar específico no campo. Atacantes têm funções de marcação, como Bennayoun e Kuyt do Liverpool, Robinho na seleção, Dagoberto no São Paulo; volantes aparecem para concluir, com presença de área, como Gerrard do Liverpool, Xavi do Barcelona, Lampard do Chelsea.

Hoje em dia, está muito mais fácil surpreender o adversário, o futebol está cada vez mais dinâmico. Acho que é até por isso que os treinadores brasileiros de prestígio como Felipão e Vanderlei Luxemburgo não deram certo em clubes europeus. Os dois treinadores têm qualidade, mas também precisam se adaptar ao futebol moderno.

Como na Libertadores, ouvi Luxa dizer: "Agora estamos pegando o jeito de jogar da Libertadores". Não é o "jeito" da competição, e sim o "jeito" do futebol atual, no qual o Brasil não se inclui por enquanto.

Nosotros.

2 comentários:

Ivan Alves disse...

Futebol moderno é uma coisa estranha, mas que, de fato, tem seus resultados e aqueles que não se adequam pagam caro.

Estranho porque os meias devem marcar mais e os volantes armar mais. Não seria mais simples que cada qual cuidasse da sua especialidade? Não! Como escreve o autor, o fatores surpresa e versatilidade têm sido fundamentais para o sucesso de várias equipes.

Thiago Santos disse...

Apesar do São Paulo usar uma formação, diria que, ultrapassada, quando optou pelo 3-5-2 no Mundial de 2005, o Tricolor além de usar o meia Danilo, tinha como elemento surpreso o volante, polivalente, Mineiro, que foi o jogador que decidiu o jogo com o único gol marcado.
Se vcs analisarem o lance do gol, Mineiro "aparece" com velocidade entre a zaga do Liverpool, deixando os defensores sem reação. Elemento surpresa!